quarta-feira, abril 18, 2007

Guitarras da EPABI no URBI


Nove alunos da Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI) levaram as suas guitarras ao átrio da sala covilhanense. Quase noventa minutos de concerto mostraram as potencialidades destes futuros profissionais da música.


Com um repertório trovadoresco e romântico, os elementos do Grupo de Guitarras da EPABI actuaram tanto a solo como em pequenos grupos. Na noite de 13 de Abril, várias dezenas de pessoas assistiram ao espectáculo. Para além de melodias conhecidas do público, houve lugar para alguma experimentação. Clássicos e originais, sobretudo em dedilhado, encantaram os presentes. De entre as músicas compostas pelos estudantes, um inédito encerrou a noite, em jeito de encore dedicado aos mais resistentes.Para além dos originais, foram apresentadas obras como “Caruli”, “Canción de Cuña”, “En los Trigales”, ”Partita”, “Gavote”, “Libertan”, “Olas del Danúbio” e “Autumn Song”. Grande parte dos temas faz parte do reportório que estudam na EPABI, mas “o original foi porque estávamos a gostar do ambiente e decidimos tocá-lo aqui”, revelou João Clemente. O alinhamento foi escolhido pelos nove músicos, de forma que houve sonoridades recorrentes.
O romantismo, que o mais velho do grupo não escondeu, encadeou-se com melodias que lembravam as noites na corte, o galanteio, bailes palacianos, até mesmo danças latinas ou o fado dos bairros tradicionais de Lisboa. Mas a mistura de sons e estilos resultou, em outros momentos, no improviso, no inesperado, alternando sons hispânicos mais agressivos com ritmos arábicos.As actuações no Teatro-Cine agradam a João Clemente e aos seus colegas, pois ali podem mostrar aquilo que fazem e aprendem num ambiente descontraído. Para além disso, “podemos tocar um pouco fora de recitais e daquele ambiente de prova e avaliação”, explica o estudante de música. Bruno Peralta, Alexandre Ramos, André Vaz, Edgar Ferreira, Luís Dias, Luís Miguel, Bernardo Sousa, David Ribeiro e João Clemente foram os protagonistas da noite.
Segundo este último, as divergências entre o público e a escola têm reduzido os espectáculos. João Clemente lamenta o panorama cultural da Covilhã: “Numa cidade com uma escola de música, com um curso de cinema, com teatro, as pessoas ligam pouco a este tipo de actividades, e não sei por quê”. Ainda assim, o átrio cheio motivou-o a ele e aos colegas. Para Susana Saraiva, aluna de violino na EPABI, ao ver os colegas tocar “sentem-se coisas inexplicáveis, que não se conseguem transmitir verbalmente. É uma sensação boa”.Quanto à situação conturbada que tem agitado a EPABI, João Clemente não se envolve em polémicas, uma vez que tem pretensões diferentes. “Dentro daquilo de que me tenho apercebido os alunos querem ter a possibilidade de se formar e de fazer música, e quaisquer que sejam as pessoas que venham tomar conta da EPABI para nos possibilitar isso são bem-vindas”, alega o estudante. Isto porque nessa mesma sexta-feira, 13 de Abril, foi apresentada a alunos e professores a nova direcção da EPABI.
Por Ana Albuquerque In: http://www.urbi.ubi.pt

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