quinta-feira, janeiro 25, 2007

Banda da Covilhã com novo fôlego no aniversário

O texto que se segue, é da autoria deVânia Esteves e foi publicado na semana que anteceu o 62º Aniversário da Banda da Covilhã (1-12-2006) no jornal on line Kaminhos. A Direcção da Banda da Covilhã agradece a atenção dispensada.

Criar uma Banda Sinfónica semi-profissional é o grande sonho
A Banda da Covilhã (Associação Recreativa Musical Covilhanense) comemora, esta sexta-feira, o seu 62º aniversário, tendo preparado um vasto programa para o fim-de-semana, destacando-se o I Estágio – Banda Sinfónica da Beira Interior e a Festa da Música. A banda, que quer mostrar à cidade que está viva, assiste agora a um período de renovação, tendo já vários projectos na calha. Constituir uma Orquestra de Sopros semi-profissional é o grande objectivo da colectividade.

Neste feriado (1 de Dezembro), têm lugar as comemorações solenes dos 62 anos, estando reservado para sábado a Festa da Música, na qual se culmina o I Estágio – Banda Sinfónica (ou orquestra de sopros), com um concerto de encerramento, estando também programada uma homenagem à Covilhã, aos músicos e à música. Este evento tem lugar no Teatro-Cine, a partir das 16 horas. A entrada custa dois euros. No estágio participam cerca de 90 pessoas, entre músicos, oriundos de várias bandas nacionais e internacionais, e professores. Segundo José Eduardo Cavaco, director artístico e maestro da Banda da Covilhã, esta iniciativa “tem como principal objectivo contribuir para despertar a Covilhã em particular e o Interior do país em geral para uma realidade cultural incontornável – a riqueza, os valores e os excelentes músicos na área dos sopros que Portugal tem”. Além disso, pretende-se “estabelecer um intercâmbio entre músicos de várias bandas, apostar na formação dos jovens, através da vinda de uma equipa de 11 docentes e homenagear músicos, maestros e pessoas ligadas à música na Covilhã”, adianta o também vice-presidente da associação. No concerto que acontece no sábado, José Eduardo Cavaco sublinha “o lançamento e valorização de jovens compositores portugueses”, com a apresentação, em estreia mundial, de três interpretações: Nelson Jesus, com o tema «Reticencia», Carlos Amarelinho, com «Berrio», e Elmano Pereira, estudante na Covilhã, que fez uma adaptação da música «Fado», do maestro Campos Costa, individualidade que vai ser homenageada nesta Festa da Música.

O sonho da Banda Sinfónica
Este estágio e o concerto numa sala serão a primeira experiência no sentido de avaliar a viabilidade de se vir a constituir uma Orquestra Sinfónica semi-profissional, um sonho que a colectividade gostaria de cumprir dentro de cinco a 10 anos. O maestro explica que na região não existe uma orquestra de clássica, apenas vocacionada para a música clássica. A intenção é que o grupo actuasse todos os fins-de-semana, dando assim trabalho aos estudantes de música da região. “Uma orquestra com 44 pessoas já seria suficiente”, afirma.

Actualmente, a banda é constituída por cerca de 25 músicos, estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI) e da Escola Profissional de Artes da Covilhã (EPABI), tocando instrumentos como flauta, oboé, clarinete, saxofone, trompete, trompa, trombone, bombardino, tubas e percussão. A associação já teve uma escola de música, mas encerrou há três anos devido a dificuldades diversas.

Esta nova direcção está a recomeçar praticamente do zero e, por considerar que uma escola de música é uma alicerce fundamental para a concretização do projecto da Banda Sinfónica, no mês de Setembro voltou a abrir as inscrições para a escola de música, onde o ensino é gratuito e os instrumentos são disponibilizados pela colectividade. Neste momento, tem apenas três alunos, mas as actividades deste fim-de-semana visam também mostrar à população que a banda está viva e com nova dinâmica, tentando angariar alunos para a escola, entre crianças, jovens e adultos. “A escola de música é um projecto ambicioso e é o principal futuro desta casa, pois sem ela não podemos começar”, salienta José Eduardo Cavaco.

«Concelho Filarmónico 2007»
Além da escola de música e da Banda, a Banda da Covilhã tem outros projectos. Já no próximo ano, pretende responder ao desafio lançado pelo presidente da câmara, Carlos Pinto, e organizar a banda das bandas. O director artístico já escreveu o projecto, intitulado «Covilhã – Concelho Filarmónico 2007», e vai agora convidar os responsáveis de todas as bandas do concelho para uma reunião. O objectivo passa por, no próximo Verão, promover um estágio com os músicos do concelho, incluindo um desfile e um concerto.

Finalmente, a Banda da Covilhã quer animar o centro histórico da cidade, trazendo aqui os estudantes da UBI. Pretende-se criar na sede da associação, que se situa junto ao Jardim Público, condições para que os universitários aqui se encontrem para estudar, para jogar ou para aceder à Internet. Promover concertos ao ar livre, naquele espaço verde, é outra das iniciativas já pensadas. José Eduardo Cavaco acredita na concretização de todos estes projectos, apelando à participação dos covilhanenses. “A Covilhã tem muitas potencialidades, é uma laranjeira cheia de laranjas, mas precisamos de a abanar para que possamos provar as laranjas. Queremos agitar, dinamizar, pôr as pessoas a mexer, a fazer reuniões, concertos, formação e a pensar em novos projectos, porque é possível. Há recursos, só é preciso rentabilizá-los”, afirma.

A associação A Associação Recreativa Musical Covilhanense “Banda da Covilhã” foi fundada a 1 de Dezembro de 1944. Em Maio de 1992, foi vítima de um incêndio que destruiu a sua sede, toda a documentação e instrumentos. Mas, nesse mesmo ano, na comemoração de mais um aniversário, a Banda inaugurava a nova sede, cujas instalações foram cedidas pela câmara. A sede funciona também como centro de dia, onde os idosos podem conviver e interagir uns com os outros. “Temos uma frequência diária entre 50 e 80 pessoas”, revela o dirigente.

Actualmente, a colectividade tem 800 sócios, mas está a lançar uma campanha para chegar aos mil.

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